Amarelinha

Minha saudade não fica quieta, 

pula num pé e noutro 

como criança brincando.

Mundana que só ela, 

fica andando 

pelas casas 

em que já morei.

E nessa amarelinha, 

vou lançando 

meu coração 

até 
alcançar 

o 

céu

.

Casaco de Pele

Quando você sai daqui, sinto falta da sua pele.

Intrigante, macia e calorosa;

Órgão que leva e guarda teu cheiro.

Preciosa prova da vitalidade humana.

Apesar de tudo, não desfaleço.

Abro o meu guarda-roupa

e dele, tiro o meu segredo; refúgio.

Peguei o teu casaco

e me vesti com a tua pele.

Sem que eu soubesse, me serviram este Chá.

"Baixou a cabeça e ouviu a veludosa voz da professora Franciele. Na verdade, veludo era exagero. Havia mesmo era retumbância. Um vozeirão. Não que ela fosse lésbica, mas era genético aquela voz de locutor de FM que apresenta programa romântico da noite do sábado." 

In: PÁDUA, Antonio. Mosaicos Azuis Desejos. 2011.

Nós dois no nosso sonho qualquer

Você com esse jeito

de tratar com carinho,

de afagar com as palavras,

de cuidar de mim como quem beija.

E beija...

Beijos que não curam almas, 

mas saram feridas;

braços que não me protegem do mal,

mas me livram do frio.

Seria exagero querer o infinito?

Seria tolice não pensar no além.

Recado pro meu bem

Bem,

Comprei um pedaço de nuvem pra você. 

Combina com teu terno de sonho azulado e o sapato de pé de vento.

Tô costurando aquele retalho de amor pra gente 

e já desfiz as bordas da solidão...

Preenche o meu coração que eu completo o teu!

Beijos,

Céu!