25 fevereiro, 2014

Contas

Tantas coisas têm preço nessa vida.

Então, o preço do amor, alguém me diz?
O que vale mais: um amor no coração ou dois na prateleira?
Tem promoção: leve carinho e ganhe um sorriso?
Pro amor verdadeiro a gente tem que economizar sentimentos ou pode gastar livremente sem medo?

O preço da felicidade pode ser mais baixo que a taxa de juros que pago do cartão?

Dançar sozinho é mais barato?
Lembrar que tem que esquecer custa caro?
Um coração partido pode ser vendido como promoção?
Eu consigo pagar o preço por desistir de tentar?
A conta da saudade pode ser dividida?

O preço do perdão cabe no orçamento?
Vale a pena acreditar?
Dá pra comprar esperança com o troco da dor?

Qual a parcela de chance de eu ganhar a partida se apostar alto em você?

O último a pagar a conta desliga a calculadora.

17 fevereiro, 2014

Instinto

Razão e emoção andam lado a lado, duelando, procurando espaço na minha vida. Um quer ser maior que o outro e disputam por mim.

O que eles não sabem é que ocupam um lugar privilegiado em mim, dependendo do que eu vá realizar.

Sou racional ao fazer compras, ao dividir o orçamento do mês e mantê-lo até o fim (do mês ou do dinheiro). Na hora de pegar o ônibus para um lugar que nunca fui, para decidir a rotina do dia.

Sou toda emoção ao ler um texto sobre memórias de alguém, ao ver uma criança sorrir. Infelizmente, sou emoção ao dirigir; ao ouvir uma música que poderia ter sido pra mim.

Sou razão no sim e no não, e emoção no talvez já que as dúvidas sempre são inquietantes. Sou toda emoção quando vejo o brilho do olho de quem gosto, porque ele tem um jeito diferente de se mostrar pra mim. Mas sou razão ao ouvir e aconselhar um amigo desesperado, pois lista de prós e contras também é capaz de reconciliar ou atar vidas.

Dependendo do dia, de quem e do que for, eu usarei quem me parecer conveniente. Mas, às vezes, os dois estão errados e é melhor agir no impulso.

10 fevereiro, 2014

Por toda a minha vida

Não importa o passar do tempo, eu vou seguir te amando.

Mas não farei cenas de ciúme, nem cometerei loucuras por amor.

Não perderei o sono ou o ar ao te ver. 

Não sonharei com beijos apaixonados ou olhares de ternura.

Não vou ter borboletas no estômago quando lembrar dos teus beijos quentes em minha barriga.

Não perguntarei como vai o trabalho ou sua vida.

Não vou puxar conversa nem propor encontros para matar a saudade que sufoca.

Não vou guardar meu corpo só pros seus prazeres.

Nem vou poupar meu coração de bater forte por outra pessoa.

Mesmo assim, vou seguir te amando.

Porque meu amor por você é como o primeiro quadro em uma parede: no começo, só há ele para cuidar e admirar, mas, com o passar do tempo, ele ganha companhia. Aparecem outros quadros, outros rostos, mas o primeiro... Ah, o primeiro vai permanecer no seu lugar: no centro, no lugar principal.

Nem todo amor que será para sempre será o mesmo amor que estará ao meu lado pro resto da vida.