29 julho, 2013

Pra seguir em frente

Perdi o texto que fiz pra você. Guardei, mas perdi o papel e junto com ele, o teu agrado.

Na verdade, não lembro mais onde te coloquei na minha vida. Provavelmente, te joguei num cantinho qualquer e fui ali ser feliz.
  
Não sei em que parte de mim estão nossos olhos. Acredito que eles se apagaram junto com a luz da varanda.

Tua barba... Não tenho notícias dela. Não faz mal, porque ela não é mais nossa.

Acabei ocupando teus lugares com tantas outras coisas inúteis nessa minha vidinha pragmática, sincera e feliz...

Levo uma vida pacata, mas que ainda me dá forças pra dizer uma ou duas palavras de consolo, soltar uma risada e seguir os ponteiros do relógio.

23 julho, 2013

Sincericídio

Ele viu. Perguntou. Aproximou-se. Acreditou. Tentou.
Ela viu. Riu, se encantou, confiou, aceitou.
Renderam-se.

Viveram. Riram. Saíram. Amaram o quanto puderam naquele tempo. Comemoraram o que se tinha como motivo para ser feliz.

Ela desconfiou. Sincera, falou. Ele ouviu. Seguro, rebateu.
Ela acreditou. Ele não esqueceu e pensou. E refletiu. E achou que era melhor parar.
Ela chorou, sofreu. Culpou-se. Arrependeu-se de tanta sinceridade.

Ele seguiu. Seguiu mais e ainda melhor. Ele esqueceu. Dela, já não se pode o mesmo.


Reencontraram-se. Reviveram-se num milésimo de segundo. Ela enganou-se. Ele corpo são mente sã. Ela sempre sincera. Ele sempre do mesmo jeito. 

Sincericídios que ela leva consigo. Sinceridades que ele não soube compreender.

18 julho, 2013

Antídoto


Não é remédio. Nem é cura. É um antídoto.

P.S: letra e música compostas por mim.

13 julho, 2013

Deficiência cardíaca

Pode tatuar meu coração. Não vai doer. Praticamente, não o sinto mais. Sei que ele existe porque ainda estou viva, mas não vai fazer diferença se ele bater ou não nos próximos minutos.

Pisaram nele, coitadinho, com tanta força que diminuiu de tamanho. Bateram com ele na parede, que meu coração ficou inconsciente. Brincaram com ele como criança que brinca e deixa o brinquedo jogado no chão.

Depois disso, não estou propensa a ter ataques cardíacos ou qualquer outra enfermidade nesse órgão. Estou na UTI, mas sobrevivo sem ajuda de aparelhos. Não preciso de um transplante, mas estou na lista de espera.

Sou uma deficiente cardíaca às avessas.

Nem um médico vai dizer, todos os meus amigos escondem, mas eu digo meu diagnóstico: coração atrofiado de tanto amar e sofrer. Mal que não tem cura. Diagnóstico irreversível.

09 julho, 2013

Onipresente

Te desejo aqui, sempre.
Te carrego no colo, no coração, no pensamento e na garupa dos meus sonhos.
Te sinto no vento, no brilho do sol, na chuva e na pele.
Beijo seu rosto, lábios, mãos e alegrias.
Enxugo suor, lágrimas e exageros.
Te vejo em músicas, livros, festas, textos e passarinhos.

Engraçado... Não lembro de você ter me dito um dia que era onipresente.

07 julho, 2013

Sobres pesos, valores e medidas

O que pesa mais: um quilo de amor ou um quilo de indiferenças?
O que vale mais: dois reais de sonhos ou dois de desilusão?
Quanto custa uma mentira? E quanto custa esquecê-la? Quanto pesa o sabor de enganar?
Quem vai ser mais cobrado: quem engana ou quem se deixar enganar?
Quanto tempo dura o féu do desprezo, a dor da perda, a raiva de um amor?
Quanto custa uma explicação? Um pedido de desculpas? Uma remição?
Pesa muito voltar atrás? É irrisório o valor de uma dissimulação?
Fica mais caro tentar de novo? A dor da segunda desilusão custa mais? Pesa mais?

- Uma esmolinha de afeto, respeito e gratidão pra essa ceguinha de amor, pelo amor de Deus!

Quanto pesa, quanto custa, quanto vale amar e ser correspondida?

Responda-me quem souber.

03 julho, 2013

L.

Não adianta disputar sua atenção agora, já que o seu passado se faz presente. Vou me resguardar, ficar no meu canto até que o agora volte a ser o seu tempo.

Confrontar a lembrança alheia é batalhar sem soldados.