13 julho, 2013

Deficiência cardíaca

Pode tatuar meu coração. Não vai doer. Praticamente, não o sinto mais. Sei que ele existe porque ainda estou viva, mas não vai fazer diferença se ele bater ou não nos próximos minutos.

Pisaram nele, coitadinho, com tanta força que diminuiu de tamanho. Bateram com ele na parede, que meu coração ficou inconsciente. Brincaram com ele como criança que brinca e deixa o brinquedo jogado no chão.

Depois disso, não estou propensa a ter ataques cardíacos ou qualquer outra enfermidade nesse órgão. Estou na UTI, mas sobrevivo sem ajuda de aparelhos. Não preciso de um transplante, mas estou na lista de espera.

Sou uma deficiente cardíaca às avessas.

Nem um médico vai dizer, todos os meus amigos escondem, mas eu digo meu diagnóstico: coração atrofiado de tanto amar e sofrer. Mal que não tem cura. Diagnóstico irreversível.

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