O tempo passou voando e o passado voltou às pressas trazendo velhos e conhecidos estragos.
A ferida está aberta, novamente.
Sem suturas, sem remédio para cicatrizar, mas, mesmo assim, não dói. O costume fez parar de doer.
E quando a gente se acostuma com a dor, parece que tudo vai bem; a impressão é de que a ferida nem existe.
Na verdade, ela se tornou mais um membro desse corpo cansado e acostumado com danos, com tragédias.
Não é um tipo de membro fantasma. Na verdade, é bem real. No entanto, imperceptível aos olhos menos sensíveis e mais desacostumados com a dor alheia.
Só se percebe a ferida quando se está relaxado, quando alguém, de bobeira, encosta e, sem querer (?), vai perfurando o ferimento trazendo sua companheira, a dor, de volta.
Machuca. Sai sangue.
A dor adormecida/habituada retorna como no dia após a perfuração, sem aquela adrenalina que impede de enxergar e sentir a realidade.
Passagem direta para o hospital.
Precisa-se de internação.
Ferida mal curada causa amputação.
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