É complicado entender o que somos agora: dois
estranhos. Tenho que me lembrar que não tenho mais livre acesso à sua vida, sua
casa e seus bichos.
Que quando a porta for aberta, eu não posso mais
entrar na sua casa como antes: sem ser convidada, sem alguém me acompanhando,
sem alguém pra me dizer “pode entrar”.
Estranhos os abraços e a falta deles. Estranhos os
olhares, as birras, as discussões; estranho perceber os defeitos que antes não
existiam. Estranho mesmo é gostar deles.
Estranha a sensação de que a pertença não mais existe
que o que era seu é de outro alguém. Que o querer pra si já não mais existe ou
não pode ser declarado como antes; na verdade, ele não pode mais nada.
Impotente.
Complicado, estranho, esquisito, diferente. Os nomes
são vários, mas, o que menos importa, é a definição. Depois disso, eu só
entendi uma coisa: quando você não quer, eu não entro na disputa.
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