06 março, 2014

O último

Deve ser porque conhece minhas entrelinhas mesmo quando deixo as frases em espaçamento simples; por encontrar brechas pra dúvidas quando acho que não pode surgir qualquer tipo de pergunta. Deve ser porque é um psicólogo de nascença.

Pode ser porque viveu as mesmas incertezas, algumas maiores outras não, mas tirou um aprendizado da vida; coisa que ainda não tenho. Deve ser porque se permitiu viver e ser feliz do jeito que me recomenda.

Uma hipótese é a de que gosta de provocar sensações de alívio e conforto nas inquietações que não sei controlar. Porque não quer ser motivo de desenganos, tristezas e lágrimas, já que sua alegria vibra na pele como o acorde mais grave.

Porque pode ser telepata ou, simplesmente, ter a sensibilidade para perceber e ajudar nos apuros de um ser em crescimento emocional. Por saber que a felicidade vem de dentro pra fora, que o mundo tá louco demais pra quem sabe pouco dele.

Vai ver é filósofo ou gosta de lançar teorias. Pra provar que é sábio e forte, mas com alma de menino que gosta de fazer caretas e brincar sem se preocupar com o dedo esfolado no fim. Vai ver que é porque pede colo à mãe em meio aos seus próprios desesperos.


Deve ser porque ele e eu somos iguais, mas com uma diferença: ele já está ficando grande e eu ainda estou nascendo.

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