24 março, 2014

Também perdi o medo da chuva

Hoje eu vou sair sem guarda-chuva.

Quero sentir cada pingo de água tocando meu corpo.

E depois, jogar pra frente o meu cabelo molhado que gruda no pescoço.

Vou brincar com as gotas d'água que deslizam das nuvens.

Trazendo a vibração que vem de longe.

Contando histórias de lugares onde ainda não fui, mas que vieram até aqui.

Quero dançar como um bêbado no meio do temporal.

Sem vergonha.

Sem medo de cair.

Pronta para rodopiar.

Enquanto isso, vou cantando.

Dando voz a canções inventadas na hora.

Porque essas são as mais sinceras; elas vêm e falam pela alma.

Não vou me calar nem parar de dançar.

E vou continuar sentindo a água escorrendo por mim.

Quero me lavar de vez.

Quero ficar limpa por fora e por dentro.

Porque a chuva vai ser forte e vai me inundar!

Vou me afogar, mas vou viver.

E depois, quando a chuva parar, vou ficar nua.

Despida de culpas e remorsos, vou me vestir de esperança.

E minha esperança será tão grande que vai, em alguns momentos, ofuscar o brilho do sol.

Vai ser assim.

Hoje, eu vou sair. 

Sem capa, sem guarda-chuva, sem proteção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário