27 fevereiro, 2013

Eles



*Para Gilberto

Por quê? Por que comigo? O que fazer? Quem escolher? A quem não mais amar ou amar ambos?

As perguntas surgem de todas as partes e as respostas não estão escritas na linha do horizonte. Não me culpem por amar demais, por ter tanto amor para oferecer. Eu não escolhi isso. Surgiu de repente! Quem gostaria de ser julgada, apontada na rua, ser motivo de bochichos nas festas, lugares? 

Nunca quis amar os dois, nunca quis estar com o coração dividido por dois. Mas eles não são normais: um me fez bem, o outro me faz feliz. A um eu quero ter por perto; do outro quero estar junto. Um chegou na carência, outro na alegria. Ambos me completam, preenchem lacunas de um vazio que habita em mim. Mas meu coração tem um inimigo: minha consciência. Ela não aceita esse comportamento, ela me manda escolher, tomar vergonha na cara e seguir com um deles. 

E por que não os dois? Porque as pessoas só podem ter um namorado; só um pode ser apresentado à família; só um com direito a foto no porta-retrato; porque só a um a mão estará dada; porque só a um devo dizer que amo, ao menos, em voz alta.

Enquanto não sei o que fazer, peço ajuda aos próximos, tento a sorte, faço lista de prós e contras... De verdade, com toda essa sinceridade que habita em mim, gostaria mesmo que me viesse um terceiro. Sou ótima em melhor de três.

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