Sonhei que estava triste,
muito triste, chorando baixinho, deitada numa rede armada na varanda da minha
casa, lendo um livro de Fernando Pessoa e tendo como música de fundo, o meu
primo tocando em sua flauta algum som qualquer.
De repente, alguém chegava
e me mostrava um sorriso que eu já conhecia, me trazia um cheiro familiar e uma
voz que me acalentava. Era você. Você que sempre se confundia com o meu
endereço, estava lá pra me ver. Então, eu sorria. No meu sonho, você me
estendia a mão e me levava para o mundo; seu mundo. E trilhávamos um caminho
bonito e pintado com nossas cores favoritas. E ríamos como antes, e éramos
felizes como nunca fomos. E não era necessário dizer “eu te amo” porque nossos
olhos nos confidenciavam isso.
Acordei.
Nem sinal de você. Então,
peguei o livro de Fernando Pessoa que estava repousando sobre mim e me senti
triste, muito triste. Durante a leitura, chorei baixinho, deitada em minha rede
suavemente balançada pelo vento, e ouvi, claramente, um som triste de uma
flauta qualquer.
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