Chegou. Encontrou uma casa. Morou.
Organizou as coisas. Se organizou. Pôs na estante uma foto antiga.
Remontou o quarto. Fez a festa.
Colocou na prateleira um aviso e no quadro um sonho antigo de que, dessa vez, tudo iria dar certo.
Na varanda armou a rede e no coração dele começou a se balançar num indo e vindo que não dava sono.
Diferente do seu corpo, o quadro da parede era intocável.
Na sala, uma tevê em preto e branco e uma oração prum santo qualquer.
Pedia, na madrugada quente e na manhã fria, que o coração permanecesse estável e aquele sonho aceso.
Enquanto se balançava, agora na rede, sentia um alívio e um desespero por tudo estar tão quieto, tão normal.
Ah, se pudesse um furacão destruir aquela serenidade!
Mas é a brisa que vem vindo e mais um dia leve vai.
Boa! Perfeita construção poética..
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