19 setembro, 2013

Na calma

Chegou. Encontrou uma casa. Morou.

Organizou as coisas. Se organizou. Pôs na estante uma foto antiga.

Remontou o quarto. Fez a festa.

Colocou na prateleira um aviso e no quadro um sonho antigo de que, dessa vez, tudo iria dar certo.

Na varanda armou a rede e no coração dele começou a se balançar num indo e vindo que não dava sono.

Diferente do seu corpo, o quadro da parede era intocável.

Na sala, uma tevê em preto e branco e uma oração prum santo qualquer.

Pedia, na madrugada quente e na manhã fria, que o coração permanecesse estável e aquele sonho aceso.

Enquanto se balançava, agora na rede, sentia um alívio e um desespero por tudo estar tão quieto, tão normal.

Ah, se pudesse um furacão destruir aquela serenidade!

Mas é a brisa que vem vindo e mais um dia leve vai.

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